O senador Major Olimpio (PSL-SP), 58, morreu hoje no hospital São Camilo, em São Paulo. Ele estava internado desde o início de março devido a complicações do novo coronavírus. A informação foi confirmada pelo perfil oficial do político.

“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olimpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, escreveu o perfil.

Olimpio chegou a apresentar melhora na terça-feira da semana passada e foi extubado. Mas piorou no dia seguinte e voltou à intubação. Segundo funcionários do gabinete do senador, a situação dele hoje de manhã era “gravíssima”. As fontes relatam que os médicos já haviam comunicado à família que o senador sobreviveria “só por um milagre”.

O assessor de imprensa do senador também está internado na UTI de um hospital em São Paulo com comprometimento grave dos pulmões, mas apresentando melhora. O funcionário se contaminou junto com Olimpio durante uma romaria de prefeitos que protestaram por recursos para emendas.

Senador mais votado

Major Olimpio foi o senador mais votado com 9 milhões de votos na eleição de 2018. Era seu primeiro mandato na Casa. Os suplentes dele são o empresário Alexandre Luiz Giordano e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Identificado com as pautas de segurança pública e conservadores, foi aliado de Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha de 2018, mas rompeu com o governo e passou a ser atacado por apoiadores da família do presidente.

Nascido em Presidente Venceslau (SP), Sérgio Olimpio Gomes foi presidente da Associação Paulista dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Apesar da fala forte e seus gritos no plenário incomodarem parlamentares, Olimpio era respeitado pelos pares no Congresso e tinha tratamento cordial com os colegas.

Rompimento e gritos de traidor

Assim como os ex-ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) e Santos Cruz (Secretaria de Governo), as críticas à família Bolsonaro levaram ao rompimento com o presidente. Ele chegou a dizer ao UOL, em 2020, que os filhos do presidente “só atrapalham”.

O senador chamou Bolsonaro de traidor e disse que o presidente brigou com ele “porque não queria que eu assinasse a CPI da Lava Toga do STF para proteger filho bandido”.

“Eu não gosto de ladrão. Para mim, ladrão de esquerda é ladrão. De direita, é ladrão. Se for filho do presidente ladrão roubando junto com o presidente, eu vou dizer”, diz Olímpio em um áudio de WhatsApp para rebater críticas de policiais que o cobravam, alegando que o senador mudou de posição após ser eleito.

Quem substituirá Olimpio?

O primeiro suplente de Olimpio é Alexandre Luiz Giordano. Ele é empresário paulistano e atua em diferentes ramos, como instalações metálicas e imóveis. Giordano se envolveu em uma polêmica em 2019, quando o jornal ABC Color, do Paraguai, noticiou que ele viajou duas vezes ao país para tratar de compra de energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu e teria usado o nome de Bolsonaro nas negociações.

A negociação nebulosa que envolvia os governos do Brasil e Paraguai abriu uma crise política no país vizinho e quase derrubou o presidente Mario Abdo Benítez.

O segundo suplente é o astronauta e atual ministro de Ciência.

Fonte: Uol