Os policiais federais levaram ao centro das investigações familiares dos principais chefões da facção, entre eles Cynthia Giglioti Herbas Camacho, mulher de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pela polícia e Ministério Público como o número 1 do PCC.

Aparece também no diagrama Francisca Alves da Silva, mulher de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, irmão de Marcola e outro membro da cúpula da facção criminosa nascida nos presídios paulistas nos anos 1990. São citados ainda Augustinho Aparecido de Oliveira e Maria de Fátima de Oliveira, tios de Cynthia.

Segundo policiais, as “primeiras-damas” têm patrimônio milionário, como imóveis e carros de luxo, mas não teriam como justificar os bens. No próprio diagrama da Polícia Federal são citados dois imóveis atribuídos a elas, uma casa em condomínio fechado na Granja Viana, em Carapicuíba, e um apartamento no bairro Anália Franco, na zona leste da capital.

Outro documento ao qual a reportagem do jornal de Brasília teve acesso reforça a investigação sobre esses bens. “Encontra-se a presente investigação, a qual até o presente momento obteve êxito em identificar manobras que vêm evoluindo através do tempo para dissimulação do dinheiro ilícito, na qual há o envolvimento de sintonias finais da organização, como seu líder máximo, o Marcola”, diz trecho de relatório assinado pelo delegado Rodrigo de Campos Costa.

O relatório trata de uma investigação que mais tarde culminou na operação Rei do Crime, deflagrada no início do mês e que teve como alvo 13 pessoas e 73 empresas. Há outras ressalvas importantes no documento. Uma delas diz que “neste momento”, as ações se dedicariam “aos núcleos de ‘Alemão’ e dos ‘CEPEDAS’”.

A PF busca a “descapitalização patrimonial e a prisão de lideranças”. “Somente seguindo essa tocada, seguindo esse caminho, nós vamos conseguir enfraquecer essa organização criminosa. Enquanto nós comemoramos apreensão pura e simples de drogas, essa facção se enriquece, se robustece e se infiltra na estrutura do país”, disse ele.

Veja mais aqui

Matéria de Rogério Pagnan do Jornal de Brasília