A Polícia Federal (PF) identificou, no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro, um documento em que ele cogita solicitar asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
O arquivo, de 33 páginas, estava armazenado no aparelho desde 2024 e foi localizado durante operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga possíveis retaliações internacionais contra o Brasil. Segundo a PF, o texto foi editado pela última vez em 5 de dezembro de 2023, dois dias antes da viagem de Bolsonaro a Buenos Aires para acompanhar a posse de Milei.
No pedido, Bolsonaro afirma ser alvo de perseguição política em seu país. “De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, diz um trecho do documento.
Nesta quarta-feira (20), a situação do ex-presidente se agravou: ele e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram indiciados por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e por coação no curso do processo. A PF concluiu que Eduardo teria atuado junto ao governo Donald Trump, nos Estados Unidos, em busca de sanções contra autoridades brasileiras. O parlamentar está atualmente no exterior, após pedir licença do mandato em março, alegando perseguição política.
Ainda segundo as investigações, Jair Bolsonaro teria enviado recursos via Pix para custear a permanência do filho nos EUA. Ele também responde no Supremo Tribunal Federal à ação penal que apura sua suposta participação na chamada trama golpista.
Para a PF, a existência do rascunho de asilo reforça a hipótese de que Bolsonaro planejava uma possível fuga para a Argentina diante do avanço das investigações.
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