As altas temperaturas da temporada primavera-verão e o período de chuvas, que, muitas vezes não refrescam o ambiente, ainda ajudam na proliferação de insetos dentro de casa. Os cuidados e a atenção devem ser redobrados nesta época para evitar riscos maiores para a saúde da família.

O aparecimento de escorpiões nas residências aumenta muito nessa época do ano. Geralmente eles buscam refúgio em locais secos, e é exatamente neste momento que aparecem dentro das casas. Além disso a  barata é um de seus alimentos favoritos, por isso eles podem viver também nos esgotos e invadir as residências pelo ralo, buscando em seguida abrigo em cantos escuros.

Pilhas de madeira, cercas, tijolos, ferro velho e entulhos em geral também são os locais prediletos dos escorpiões, sendo necessária uma ação conjunta da população e dos órgãos públicos, para que seja efetuado o descarte correto destes materiais (lista de ecopontos em Carapicuíba).

Os ataques aumentam no verão e parecem estar mais frequentes. Segundo o Ministério da Saúde, em 2017 mais de 125 mil pessoas foram vítimas de acidentes com o aracnídeo no Brasil, sendo 184 delas fatais. Em 2014, haviam sido 78 mil casos e 70 mortes.

Em Carapicuíba, nos últimos anos presenciamos diversos casos de munícipes que encontraram esses aracnídeos em suas residências. Bairros como Parque Jandaia, Cidade Ariston, Jardim Planalto (que possuem áreas verdes e próximas a córregos) tem a maior incidência do aparecimento de escorpiões.

No Brasil, a maioria dos casos de picadas de escorpiões, estão relacionadas com duas espécies: o escorpião marrom e o escorpião amarelo, sendo eles mais comuns nas regiões Leste e Centro e a outra nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste  do país, respectivamente.

Escorpião Marrom

Escorpião marrom (Tityus bahiensis)

Conhecido por escorpião marrom ou preto, tem o tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda
marrom-avermelhado. 

Cada fêmea tem aproximadamente dois partos com 20 filhotes em média cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida.


Escorpião Amarelo

Escorpião amarelo (Tityus serrulatus)

É o mais perigoso escorpião brasileiro, e considerado o terceiro mais perigoso do mundo. Sua picada é particularmente grave em crianças e em idosos. Possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da espécie é devida à presença de uma serrilha nos 3º e 4º anéis da cauda.

Sua reprodução é partenogenética, na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida. Essa espécie não precisa de macho para se reproduzir

Prevenção

A prevenção envolve um esforço coletivo e político. Uma das principais medidas indicadas é a preservação de inimigos naturais dos escorpiões, como corujas, lagartos, sapos e galinhas. Em casa, o uso de inseticida não é recomendado para esse fim, pois pode fazer com que os bichos saiam do esconderijo e, assim, o risco de picadas aumenta.

O Ministério da Saúde recomenda examinar calçados e roupas pessoais, lençóis e toalhas antes de usar, afastar camas das paredes e não acumular lixo orgânico, material de construção ou entulho no quintal ou calçada. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e forros, utilizar vedantes em portas, janelas e ralos ajuda a manter os escorpiões longe de casa.

Regularmente, limpe atrás de móveis, cortinas, quadros e outros cantinhos, de preferência sem as crianças por perto. Combater a proliferação de insetos como baratas e cupins também é importante, pois eles são alimento para aranhas, além dos próprios escorpiões. Fique de olho na rua: terrenos baldios a um raio de até 2 m da casa devem ser mantidos limpos e com a grama baixa.

Terrenos baldios devem devem ser mantidos limpos e com a grama baixa.
(Foto: Google Images)

O que fazer se for picado?

A picada é sentida como a de uma abelha, mas não costuma ser visível. Na maioria das vezes, só há dor, moderada ou intensa, e formigamento local.

Crianças abaixo de 7 anos, contudo, exigem atenção extra por apresentarem maior risco de alterações sistêmicas que podem ser graves. O veneno dos escorpiões afeta o sistema nervoso e sua ação é rápida especialmente no corpo dos pequenos, onde há menos sangue para “diluir” as toxinas.

Lave o local da picada com água e sabão e leve a criança ao médico imediatamente. Não faça torniquetes, garrotes, fure, esprema ou aplique sucção. O tratamento envolve analgésicos e, na presença de manifestações sistêmicas, soro, feito com o próprio veneno do bicho.

Em caso de acidentes na Grande São Paulo, o Hospital Vital Brazil, no Butantã, é a referência na metrópole no atendimento a pacientes feridos por animais peçonhentos. Mas o indicado é o paciente ser levado para qualquer hospital, o mais rápido possível, lá será feito o encaminhamento, caso necessário.

Curiosidade

Galinhas podem ajudar a solucionar o problema. Como inseticidas domésticos não são usuais, o Ministério da Saúde recomenda a busca ativa, que deve ser feita utilizando luvas e calçados fechados, os animais encontrados devem ser esmagados ou cortados.

Mas as galinhas são predadores dos escorpiões, por isso são comuns no extermínio dessa praga, principalmente as galinhas d`angola, por também serem  ornamentais, não terem uma carne atrativa e ainda são vorazes contra escorpiões amarelos.

Galinhas d’angola são predadoras de escorpiões e lacraias.

Com informações de  By Control /Bebe / Expresso Regional