O grupo português Mota-Engil venceu o leilão para construção, operação e manutenção do primeiro túnel submerso do Brasil, que ligará Santos a Guarujá, no litoral paulista. A concessão terá duração de 30 anos e integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos públicos e privados estimados em R$ 6,8 bilhões.
O leilão, realizado sob o modelo de Parceria Público-Privada (PPP), teve como critério o maior percentual de desconto sobre o valor máximo anual de contraprestação pública, fixado em R$ 438,3 milhões. A Mota-Engil apresentou proposta com 0,5% de desconto, superando o grupo espanhol Acciona, que ofereceu 0%.
Além da concessão, o grupo português investirá R$ 2,9 bilhões em troca da extensão da rodovia que já administra. O edital prevê tarifa de pedágio de R$ 6,15 por trajeto, tanto na ida quanto na volta.
A proposta do túnel teve apoio do então governador João Doria (PSDB), mas enfrentou resistência de representantes do setor portuário, que alertaram para possíveis impactos na circulação de embarcações no Porto de Santos. Cinco anos após os debates iniciais, o lançamento do edital marca a concretização de uma demanda histórica da região.
Fundada em 1946, a Mota-Engil é uma multinacional portuguesa com atuação em 21 países da Europa, África e América Latina. Com cerca de 55 mil funcionários, a empresa opera em setores como construção civil, energia, mineração, mobilidade urbana e gestão de ativos.
No Brasil, atua por meio da Empresa Construtora Brasil (ECB), com projetos em ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, óleo e gás. Entre os contratos recentes, destaca-se a parceria com a Petrobras para serviços submarinos em plataformas offshore.
A companhia também é responsável por obras emblemáticas como a ponte Vasco da Gama e os túneis do metrô de Lisboa, além do trem Maia, no México, e o aeroporto de Luanda, em Angola.
Desde 2021, o grupo chinês CCCC detém 32,4% das ações da Mota-Engil. Em 2024, a empresa registrou um EBITDA de 955 milhões de euros.
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