O presidente Jair Bolsonaro lamentou hoje (23) todas as mortes ocorridas no Brasil e defendeu a liberdade e a democracia. Após passeio de moto com apoiadores, o presidente discursou próximo ao Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, na zona Sul do Rio.

“Lamento cada morte havida no Brasil, cada morte, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, nós temos que enfrentar desafios, viver e sobreviver”, disse o presidente.

“Desde o começo eu disse que tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego, muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria da população brasileira e sem qualquer comprovação científica decretaram lockdowns, confinamentos e toque de recolher.”

Entidades de saúde brasileiras, como a Fiocruz, defendem o lockdown como forma de conter o avanço do novo coronavírus. Algumas experiências de isolamento total, como a ocorrida em Araraquara, em abril deste ano, também apresentaram bons resultados.

Poder do povo

O presidente destacou que o Exército Brasileiro “jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa”. Na avaliação dele, “é obrigação nossa lutar por liberdade, lutar por democracia e realmente fazer com que nosso país mude”.

Ele ressaltou que o poder do povo brasileiro é maior do que o dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “Nós faremos tudo para que a vontade popular seja realmente efetivada”.   

Acompanharam o presidente políticos e autoridades, entre eles, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP). O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também estava presente. 

“Nós não tiramos o emprego de ninguém, muito pelo contrário, fizemos o possível para que eles fossem mantidos. Estamos ainda em um momento difícil, mas se Deus quiser, logo ele passará. Temos que viver, temos que ter alegrias também, temos que ter ambições, temos que ter esperança”, disse Bolsonaro.

Concentração

A concentração dos apoiadores começou por volta das 8h. O grupo de motociclistas saiu do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, por volta das 10h. A segurança envolveu a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e agentes da prefeitura. Mais de 1 mil policiais participaram da ação. O trajeto até o Monumento dos Pracinhas durou cerca de 1h30.

Os motociclistas que acompanharam o presidente foram identificados pelos agentes de segurança. Ao longo do percurso, havia grupos de apoiadores reunidos à beira das ruas por onde a comitiva passou, além de apoiadores nos pontos de partida e de chegada.

No último dia 9, o presidente realizou um passeio de moto semelhante acompanhado por centenas de motociclistas em homenagem ao Dia das Mães, em Brasília.

Redes sociais

Nesta manhã a hashtag #BolsoInRio ficou entre as mais comentadas no Twitter. Além de apoio, o presidente recebeu críticas nas redes sociais por não usar máscara e causar aglomeração.

O presidente chegou ao local da concentração por volta das 9h30. Ele não usava máscara e foi cercado por diversos apoiadores, que se aglomeraram ao seu redor, muitos também sem máscara.

O passeio no Rio foi organizado por apoiadores e divulgado nas redes sociais do presidente Bolsonaro.

No Rio, estão vigentes decretos municipal e estadual que determinam o uso de máscaras de proteção facial.

Em julho do ano passado, o próprio presidente sancionou lei que tornou obrigatório o uso de máscaras.

No início deste mês, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foi multado por ter sido flagrado, em uma roda de samba em um bar no Centro da cidade, sem o uso da máscara de proteção.

Risco de contágio

Na cidade do Rio, o risco de contágio pelo novo coronavírus é alto, conforme classificação do governo do estado.

De acordo com o último levantamento, há 839,6 mil casos confirmados no estado e foram registradas 49,4 mil mortes. Na cidade do Rio, são 314,6 mil casos e 25,9 mil mortes.

Em todo o Brasil, foram confirmados 16.047.439 casos de covid-19 desde o início da pandemia. Até o momento, foram registradas 448.208 mortes pela doença.

Agência Brasil