Dia 26 de maio marca as celebrações do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença degenerativa que pode causar cegueira se não for diagnosticada de forma precoce, por meio de exames oftalmológicos específicos para verificar o fundo do olho e a pressão ocular.
A doença é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O problema atinge cerca de 65 milhões de pessoas no planeta e é o motivo de 4,5 milhões de casos de perda total de visão, de acordo com a Associação Mundial do Glaucoma. Ainda de acordo com estudos, o glaucoma afetará cerca de 80 milhões de pessoas em 2020 e 111,5 milhões em 2040.
O glaucoma é uma doença ocular capaz de causar cegueira, se não for tratada a tempo. No Brasil, mais de 900 mil pessoas têm a doença e 80% dos glaucomas não causam dor ou incômodo no início. Por ser uma doença crônica e que não tem cura, na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. Especialistas alertam que, na maioria das vezes, o paciente só procura um especialista quando já tem cerca de 90% da visão comprometida.
Foi o caso do aposentado Adauto Mendes de Souza, cujo primeiro sintoma foi um incômodo no olho. “Era como um cisco ou muitas vezes parecia um formigueiro, mas por conta do serviço fui deixando passar”, explica. Quando ele procurou ajuda médica, recebeu o diagnóstico de glaucoma e já não enxergava mais com um dos olhos. Em geral, a perda começa pela visão periférica até atingir a cegueira total.
Pressão ocular
A principal causa do glaucoma é o excesso de pressão ocular, que pode ser potencializado por fatores como o diabetes, a hipertensão e o excesso de remédios com cortisona, que funciona como anti-inflamatório e imunossupressor. O histórico familiar e a etnia também podem influenciar – pesquisas apontam que negros e orientais têm propensão maior a desenvolver a enfermidade.
“O glaucoma é uma doença que afeta o olho, crônica, e vai evoluindo e matando, lentamente, o nervo do olho”, explica o oftalmologista Rodrigo Cervellini. O tratamento para casos detectados precocemente conta com a aplicação diária e ininterrupta de colírios. Para os casos mais avançados são indicados tratamentos cirúrgicos a laser, menos invasivos e que garantem boa qualidade de vida ao paciente.
“Sou diabético e descobri o problema há dez anos. Vim ao Hospital Brigadeiro, que fica ao lado de casa, para fazer o tratamento. O médico disse, na época, que se eu demorasse mais tempo, poderia perder a visão”, explica o paciente Luis Antonio Damasceno.
“É preciso alertar a população para procurar o oftalmologista e solicitar o exame de fundo de olho e pressão intraocular. Quanto mais precocemente descobrirmos o glaucoma, mais fácil será para estabilizarmos a doença e assim salvarmos milhões de pessoas da cegueira irreversível”, enfatiza o oftalmologista Luiz Gonzaga Alexandre.
Com informações de SP Notícias